terça-feira, 9 de novembro de 2010

Prova



E então o dia finalmente chegou. Eu mal consegui dormir essa noite por culpa da Alessandra que transferiu o medo pré-prova dela para mim. E a cada quarenta minutos aproximadamente eu acordava despertando de um pesadelo referente à prova. E foi às 5:30 da manhã que eu finalmente despertei com os berros exagerados do meu pai dizendo que ia me atrasar. Isso porque o local da prova ficava a uns 30 minutos de casa (contando com engarrafamento) e os portões abriam às 7:30 e fechavam às 8:30. Então finalmente depois de uma discussão por causa do ataque de estrelismo do meu pai, eu saí de casa acompanhado por ele e consegui encontrar com Alessandra e toda galera do curso no trem. Fui recebido ao som favelado de funk e pessoas suadas e fedorentas logo pela manhã. Quando chegamos a Engenho de Dentro, descemos e vimos que o exterior do estágio João Havelange, mais conhecido como Engenhão, estava lotado. Muitas pessoas que estudaram durante todo o ano para estar ali. Outros tentando pela terceira, quarta vez... E eu ali na minha primeira tentativa. Muito mal preparado em comparação aos outros. Então eu entrei e segui caminho diferente com a maioria do grupo. Alessandra ficou em um setor diferente do meu (ordem alfabética dããã). E demorou mais de uma hora e meia até que a prova começasse. Houve um pequeno problema com a distribuição dos lugares e do cartão de resposta. Assim como as respectivas provas que deveriam ser corrigidas de acordo com a cor do cartão. Problema resolvido e a voz começou a ditar as regras para a prova no megafone. Em seguida um estrondoso eco fez com que se originasse um rebuliço sobre o tema que fora citado para a Redação. Ninguém entendera, então tiveram que exibir no telão do estádio. E então a voz doce e feminina, rugiu: “Início da Prova”. E foi quando eu finalmente a abri e li. A primeira vista não parecia difícil. Comecei fazendo todas as questões que sabia. Depois enrolei nas que sabia mais ou menos e logo chutei todas as que não sabia nada. Não estava difícil, realmente, mas nunca senti tanto ódio de mim por não ter estudado como se devia. O mal é achar que a sua fórmula sempre dará certo, mas se é comprovado que existe um meio para passar nesses concursos, por que você não segue as ordens? Quer provar que você sabe fazer o melhor? Mas você não sabe! Esse é o problema. Você tem que escutar as pessoas quando elas falam. Eu estudei, não nego, mas não tanto quanto deveria, senão eu teria feito a prova mais fácil de toda minha. Ah, e nem vou comentar os deslizes que fiz na redação. Nada muito grave, só umas duas ou três rasuras. O suficiente para não ser classificado. E no final da prova, transformando a tenção em humor, solto a pérola.

“Nem me importo, a farda da Aeronáutica é mais bonita mesmo.”

Então já sabem pra que venho estudando esse tempo todo. E não vou desistir. Essa foi a primeira tentativa. E no primeiro dia de aula minha professora disse. Pra concurso público, você não estuda para passar, estuda ATÉ passar. E depois seguimos para o shopping para comer uma pizza e descarregar a tensão (que não funcionou muito bem).

XoXo
Candy

2 comentários:

FOXX disse...

mas o concurso era para?

Arsênico disse...

Taí uma coisa que acredito que jamais farei... concurso...!

Não consigo me ver dedicado a isso um ano inteiro!

***

;-D