terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Candy... Não tão doce quanto o nome.

Ai caramba. Eu já perdi a conta de quanto tempo faz que eu venho pra casa pensando “Tomara que não aconteça nada”... Desde que minha mãe descobriu que sou gay minha vida é um inferno. Não posso nem mais ir pra esquina. Não posso sair com os amigos. Passo mais tempo no quarto do que passei durante toda minha vida. E vivo com medo de que minha mãe surte e do nada conte pro meu pai. Acho que isso seria o pior.

Bom, digamos que esse ano pra mim não foi o melhor da minha vida. Teve esse lance com minha mãe, RBD anunciou separação, Harry Potter foi adiado, Dercy Gonçalves morreu (precisava dar um toque de humor nesse post). E eu não sei se isso tudo serviu pra me mostrar o quanto a vida é difícil e não tem nada maravilhosa.

Eu não conseguia acreditar que existia amor. Eu pensava que na vida as pessoas só querem sexo, dinheiro e poder e depois de todos esses acontecimentos, eu quis me tornar uma pessoa desse tipo apenas pra pode me encaixar no “padrão”. Vocês não sabe como é difícil pra um moleque de dezesseis anos perder os seus ideais de vida. Época onde ele acha que o futuro será uma coisa maravilhosa e de repente ele vê seus sonhos indo por água abaixo...

E os mais velhos que estão lendo isso devem estar pensando “Caramba. Que garoto imbecil! O que ele acha que sabe da vida!”... Bom, eu não sei se alguém já passou por isso, mas é muito chato passar por um momento difícil e perder até o apoio dos seus heróis imaginários... É chato não ter amigos que nos entendam direito... Amigos que te criticam... Pessoas que te abandonam e você descobre que não são mais seus amigos. Bom, tentem pensar mais ou menos assim e vocês vão sentir mais ou menos o que eu senti durante esse ano.

Há um pouco mais de um mês atrás eu conheci uma pessoa num orkontro (pra quem não sabe, é um encontro de pessoas que se conhecem no orkut). Essa pessoa me disse coisas que ninguém nunca disse antes... Pensei que o infeliz tava apenas querendo me seduzir ou sei lá o que. Ele é um ano mais velho que eu, ou seja, ele tem dezessete anos. Bonito, baixo, moreno... Pra mim era um pedaço de mal caminho e ainda hoje ainda acho que é MUITA areia pro meu nobre caminhão.

Bom, essa pessoa se mostrou diferente do que eu pensei que fosse. Ele se mostrou meigo, preocupado comigo. Enchergou coisas que ninguém mais conseguia ver, nem mesmo eu. E o que eu achei mais engraçado: ele disse que eu sou bonito. Kkkkk... Acontece que eu acabei de apaixonando por essa pessoa e isso não podia estar certo, porque eu não acreditava em amor... Eu tentei lutar um pouco contra isso, mas não deu.

Meus “amigos” que querem me converter em hetero começaram a jogar na minha cara dizendo que eu não podia ficar com ele, pois eu não acreditava em amor. Mas eu não liguei, porque eu sabia mesmo é que eles não queriam me ver com uma pessoa do mesmo sexo. Ai, essa religião cega as pessoas as vezes. Foi por causa dela que passei por isso tudo e por ela demorei a me aceitar. Mas continuando...

Depois de mais de um mês de namoro eu me sinto cada vez mais apaixonado e alguns podem dizer que isso não é real. Os mais velhos vão dizer novamente “O que esse retardado tah pensando! Até parece que ele sabe o que é amor”. Mas eu conheço a história de duas pessoas que se apaixonaram quando tinham 15 e 20 anos. São meus pais e estão juntos até hoje. Com 25 anos de casados e 25 anos de puro amor.

Agora eu vejo o quanto fui idiota esse tempo todo acreditando que amor não existia. Eu disse pro meu Portillo que ele me ensinou a amar e eu mudei muito graças a força dele e ao amor que ele me deu. Ele me disse que eu estava errado. Ele me disse que eu sempre tive amor dentro de mim, só não conseguia enxergar isso. Porque viver sem amor, é o mesmo que não ter uma luz para te guiar.

Eu acho que amadureci muito esse ano e aprendi muita coisa. Mês que vem faço dezessete anos... Espero reconquistar a liberdade que eu perdi e espero continuar sendo feliz ao lado do meu amor. Quando ele me pergunta se é pra sempre, eu sempre repondo que sim... Quero muito estar com ele, não importa onde, como ou quando... Ele me completa e sem ele, não há luz na minha vida.

Eu te amo muito meu Portillo! Sempre contigoooo...

Candy

5 comentários:

descolonizado disse...

16 e já perdeu os ideias de vida, meu deus, pena de você quando chegar nos 50. [risos]

menino, menino, menino pensem melhor nos fatos que tem vivido... a vida é bem mais do que isso e meu comentario começa a soar como um sermão. [risos]

valeu pela visita em meu blog e boa sorte com o seu milésimo blog

abraços.

André Mans disse...

mas relaxa que já já a sua mãe tb 'relaxa'

bj

Leo disse...

Mãe é assim mesmo... rs!
Eu sou mais velho e nada vivido.. haha! Por isso não sou muito de julgar os outros nao.
Acredito no amor. Não acredito no pra sempre. Acredio no hoje.

.: Denise :. disse...

pra começar, obrigada pelo comentário em meu blog, volte sempre! rs

E relaxe, as mães passam por um processo doloroso até a aceitação. Algumas mães dizem que qdo um filho sai do armário, elas entram. Daqui a pouco ela vai se abrindo para o fato de vc ser gay e vai começar a lidar melhor com a situação.

[sermão²] E sim, sou mais velha que você e por isso digo: Esse papo de perder ideais é todo um processo de crise existencial que os adolescentes dessa geração "Counter Strike" passam. Esquenta não, daqui a pouquinho vc esbarra com novos ideiais que vão encher sua vida...


bjinhos

Menino da Lenda disse...

Ai, ai.

Você fala de nós(mais velhos), comos se tudo já tivesse vindo tudo pronto.
Ainda me lembro na sua idade minha mãe dizendo "tô doida que tu arranje uma mulher, case e vá embora", ela dizia isso por desconfiar que eu era gay. Hoje, após muitas idas e vindas da vida, temos uma relacionamento mais de amigos do que o sisudo relacioanamento de mãe-filho.

Ixe, tá parecendo sermão, sorry.

Não surta, o tempo resolve tudo.